Estrutura de um Jornal

29/09/2012 17:13

> O editorial

É a opinião do jornal. Em muitos casos, quem redige o editorial é o próprio diretor do

jornal, ou até mesmo o dono do jornal. Mesmo quando redige é alguém integrante da

equipe de editorialistas, o que sai publicado reflete obrigatoriamente a opinião do jornal

a respeito daquele assunto. Citando uma vez mais a recente tragédia com o Airbus da

Tam no Aeroporto de Congonhas, todos os jornais publicaram reportagens, artigos

assinados, notas em colunas, mas também publicaram editoriais que estamparam a

opinião do jornal. De um modo geral, o editorial sai sempre na mesma página,

juntamente com o expediente do jornal, aquele quadro em que aparecem o nome da

empresa proprietária, o endereço, os nomes dos principais integrantes da equipe

jornalística. É comum que essa página tenha mais de um editorial, focalizando assuntos

diferentes.

> Colunistas

São jornalistas especializados em determinados assuntos, ou setores, aos quais a direção

do jornal reserva espaços fixos em suas edições, para publicação de colunas assinadas.

Há coluna que saem todos os dias. Há colunas diárias em que a cada dia aparece um

colunista diferente. Há colunas que só saem em determinado dia da semana. O que

caracteriza a coluna é o fato de ser assinada por alguém que tem conhecimento de

determinado setor, de determinado assunto.

> As editorias diárias (Política, Economia, Internacional, Esportes,

Cidades/Cotidiano, Cultura)

A editoria é outra criação relativamente recente (menos de 50 anos) no jornalismo

brasileiro. Até a primeira metade do século XX, não se usava nas redações o termo

editoria. Falava-se na seção de Esportes, na seção de Política, na seção de Economia, e

assim por diante. Quem mais fortemente disseminou o uso do termo editoria foram as

revistas semanais de informação, a partir da primeira delas, a Veja. O que caracteriza a

editoria é a formação de uma equipe, sob o comando de um editor, que se especializa na

cobertura de determinado assunto. O editor de Cidades, por exemplo, tem sob suas

ordens, um subeditor, um pauteiro, um time de repórteres, um time de redatores, todos

eles cuidando unicamente do noticiário referente à cidade onde o jornal é publicado.

Outros assuntos urbanísticos, referentes a outras cidades, também vão para essa editoria

que cuida de Cidades. O raciocínio vale para as demais editorias que os jornais

costumam ter – Política, Esportes, Artes e Espetáculos, Cultura, Internacional,

Economia, etc.

> Os cadernos semanais ou suplementos

A maioria vem encartada nas edições dominicais, as mais recheadas de todo jornal, por

se tratar do dia em que presumivelmente o leitor tem mais tempo. São cadernos (com

páginas no mesmo tamanho do jornal) ou suplementos (páginas em tamanho menor, às

vezes em papel diferente) que tratam de assuntos diferentes daqueles tratados pelas

editorias normais do jornal. São feitos por equipes próprias, que não entram no

fechamento normal do jornal. Esses cadernos ou suplementos têm nomes que os

identificam de imediato, de maneira que os leitores interessados naquele assunto logo os

separem. É muito comum que leitores colecionem esses cadernos ou suplementos.

> As revistas de jornal

À semelhança dos cadernos e suplementos, têm equipe própria, que não participa do

fechamento do jornal. Sua característica principal é a forma de revistas, inclusive com

capa em papel mais encorpado. De um modo geral vêm encartadas na edição dominical

e sua pauta é dominada por assuntos mais permanentes, mais duradouros – ao contrário

da notícia comum, que tem vida curta, geralmente de apenas 24 horas. As revistas falam

de tendências, de evolução no comportamento das pessoas, de transformações que

estejam ocorrendo nessa ou naquela área.

> A importância do jornalismo (e o poder do jornalista, que tem uma

“procuração” do cidadão comum para apurar os fatos)

Muitos jornalistas demoram a entender que o importante é o jornalismo, é o veículo da

informação jornalística. De um modo geral, esses jornalistas pensam que importantes

são eles. Alguns nunca entendem que a atividade jornalística é uma delegação da

sociedade, da comunidade. Assim como o professor tem a missão de ensinar, o médico

tem a missão de cuidar da saúde, outros profissionais têm as suas missões, de acordo

com a sua especialidade. O jornalista recebe da sociedade a missão de informar sobre

tudo de relevante que esteja acontecendo na cidade, no estado, no pais, no mundo. Ele

só é importante na medida em que cumpre essa missão de apurar e transmitir a

informação que a sociedade precisa ter.